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A situação critica principalmente em função da falta de efetivo no Centro Regional Socioeducativo de Rondonópolis, continua ganhando destaque na mídia do Estado. Após a morte de um dos adolescentes na unidade no mês de abril, agora um dos menores internados fugiu do local no último sábado (04.07).

De acordo com um dos agentes da unidade, que não quer se identificar, o adolescente aproveitou o término do horário de visita e o horário de alimentação para pular o muro e ganhar as ruas.

“Como só estávamos em 3 agentes de plantão e mais a revisora, apenas um estava acompanhando o menor que foi recolher as marmitas e nesse momento aproveitou e saiu correndo. O agente correu atrás, mas já havia alguém com uma moto esperando do lado de fora”, contou o servidor.

Segundo o presidente do Sindicato da Carreira dos Profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado de Mato Grosso (SINDPSS), Paulo César de Souza, atualmente, os servidores de Rondonópolis trabalham em sistema de plantão, o qual é composto por apenas 3 agentes e mais a revisora, responsável pelos registros de ocorrências.

“São muitos adolescentes, hoje são em torno de 30 no centro socioeducativo de Rondonópolis, para poucos agentes, por isso, precisamos urgentemente de uma solução do Estado, que está sendo omisso nessa situação”, reclamou Paulo.

De acordo ainda com informações do SINDSPSS, no último concurso foram preenchidas 28 vagas de um total de 35 oferecidas.

“No total, hoje, são 22 agentes na unidade, fora os que estão de férias, de licença ou na folga do mês, então, realmente é uma situação difícil para quem trabalha nesse local”, alertou o presidente.

MEDO – Em conversa com agentes do Sistema Socioeducativo de Rondonópolis, o sentimento é um só: Medo.

“Estamos á mercê do perigo o todo tempo, não podemos nos desligar nem por um momento, desde que entramos na unidade até sairmos. A insegurança é total, até porque não temos amparo nenhum para nos proteger, usamos simplesmente a palavra para conter os adolescentes”, contou um deles, que já foi pego de refém em uma situação dentro da unidade. “É horrível. Não desejo isso para ninguém”.

Os servidores contam ainda que a situação é ainda pior nos momentos de atividades. “São inúmeras as atividades dentro da unidade envolvendo os adolescentes, além dos atendimentos médicos e odontológicos onde ficamos ainda mais em perigo em função do contato direto com o menor”, afirmou.

Para o presidente do SINDPSS o Estado deverá ser responsabilizado por qualquer eventualidade que venha a ocorrer dentro do Centro Regional Socioeducativo de Rondonópolis.

“Como já alertamos inúmeras vezes, qualquer situação envolvendo menores ou os servidores será responsabilidade do Estado pela sua omissão, tendo em vista de que há tempos estamos relatando esse problema e cobrando solução do secretário de Estado, Márcio Dorileo. Estamos esperando uma solução emergencial do secretário, para que ele olhe mais para a nossa categoria e faça alguma coisa por nós”.



Imprensa/SINDPSS

Data: 07/07/2015

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