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Informações de ex-secretário podem desvendar crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.

O Procurador Geral da República Rodrigo Janot assinou portaria no dia 5 de dezembro de 2016 na qual delega poderes a Procuradora da República Vanessa Cristina Marconi Zago, lotada no Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso a produzir provas e colher depoimentos em um inquérito instaurado pela Procuradoria Geral da República para investigar autoridades com foto por prerrogativa de função em esquemas de corrupção em Mato Grosso. 

Por conta disso, o ex-secretário de Estado Pedro Nadaf prestou dois depoimentos no dia 12 de janeiro deste ano onde narrou detalhes do esquema de corrupção abrigado no Estado durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) que consistia em recebimento de propinas pelos agentes políticos para conceder incentivos fiscais a empresas privadas. 

Todo esse esquema veio à tona em setembro de 2015 quando foi deflagrada a primeira fase da Operação Sodoma da Polícia Civil que culminou na prisão preventiva do próprio Nadaf, do ex-secretário de Estado de Fazenda Marcel de Cursi e do ex-governador Silval Barbosa. 

Nos bastidores, se comenta que a investigação do Ministério Público Federal se deve a suspeita de que a concessão ilegal de incentivos fiscais produziu crimes contra o sistema financeiro nacional e teria favorecido indevidamente em Mato Grosso o grupo J&F, responsável pela administração da empresa JBS Friboi alvo recente da Operação Lava Jato da Polícia Federal. 

No depoimento à Procuradora da República Vanessa Cristina Zago, Nadaf revelou que foi antecipadamente informado que seria preso preventivamente pelo ex-diretor geral da Polícia Civil, Anderson Garcia, delegado atualmente aposentado. 

Ainda detalhou que o filho do ex-governador Silval Barbosa, o médico e empresário Rodrigo Barbosa, recebia dinheiro de propina arrecadado com as empresas que mantinham contratos com o Estado. 

Nadaf ainda revelou que cabia a Rodrigo Barbosa a responsabilidade de trocar cheques em factorings de confiança de Silval Barbosa. 

Recentemente, foi confirmado pela juíza da Sétima Vara Criminal de Cuiabá Selma Arruda que o acordo de colaboração premiada de Nadaf foi homologado pelo ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal (STF). 

As negociações de contribuição com a Justiça que visam redução ou até mesmo extinção da pena em eventuais sentenças condenatórias foram conduzidas pela Procuradoria Geral da República porque as revelações de Nadaf comprometem autoridades com foto por prerrogativa de função no Superior Tribunal de Justiça ( STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF). 

Esses tribunais superiores são autorizados pela Constituição Federal a autorizar investigações bem como processar e julgar autoridades como governadores, conselheiros do Tribunal de Contas, deputados federais, senadores da República e ministros de Estado. 

O ex-governador Silval Barbosa também mantém tratativas para firmar um acordo de colaboração premiada, o que desperta o interesse dos órgãos de fiscalização. 

Isso porque as revelações do peemedebista são vistas como complementares as de Nadaf, subsidiando assim provas contra autoridades e permitindo que novas operações policiais sejam deflagrada em Mato Grosso. 

As informações prestadas por ambos contribuiriam com as investigações da Operação Ararath da Polícia Federal que desvendou um amplo esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional em Mato Grosso e em desdobramentos da Operação Lava Jato, uma vez que, as declarações revelariam desvio de dinheiro público por meio de fraudes em pagamentos de precatórios que favoreceram empreiteiras de renome nacional.

 

Fonte: FolhaMax

 



Data: 25/07/2017

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