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Maior cidade do norte de MT não tem unidade de internação para menores. Adolescentes foram flagrados nesta semana com produtos furtados em jazigo.

 Na maior cidade da região norte de Mato Grosso, Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, adolescentes estão envolvidos em 70% dos crimes praticados neste ano, de acordo com levantamento da Polícia Civil. A cidade não conta com uma unidade para internar menores flagrados em crimes e, com isso, registra um aumento considerável nos casos de violência. Desde o começo do ano, apenas dois menores foram internados. Eles tiveram que ser encaminhados para o Complexo do Pomeri, em Cuiabá.

O último caso que envolveu menores e chamou a atenção da polícia ocorreu nesta última quarta-feira (7). Dois adolescentes suspeitos de cometer furtos foram flagrados dormindo em um túmulo vazio de um cemitério na cidade.

Dentro do jazigo, os policiais apreenderam vários objetos que, segundo a PM, teriam sido furtados, além de um revólver calibre 38, com munições. Entre os produtos estavam duas mochilas contendo vários carregadores de celular, capacetes e roupas. Também foi apreendida uma faca.

A dupla foi detida, mas, em seguida, acabou sendo liberada por falta de unidades para jovens em conflito com a lei na cidade. Desde o fato, um abaixo-assinado promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Sinop recolhe assinaturas da população solicitando a nomeação de 100 policiais militares para a cidade. Atualmente, apenas oito PMs são responsáveis pelas rondas em 225  bairros.

Um abaixo assinado pede ainda a construção de um Centro de Ressocialização para 200 menores. “É uma situação muito preocupante. Por isso nós engajamos nessa situação, entramos nessa briga junto com os empresários da nossa cidade. A violência virou uma rotina, porque a impunidade dos menores é muito grande’’, afirmou o presidente da entidade, Afonso  Teschima Junior.

Há cerca de um ano, um centro de ressocialização para menores está sendo  construído em anexo à cadeia feminina. A obra já passou  por reformas, mas não entrou em funcionamento.

Segundo o representante dos Direitos Humanos de Sinop, Denovam de Lima, a falta de um local para abrigar adolescentes infratores gera uma sensação de impunidade e estimula a prática de crimes.

“Cada vez mais, a preocupação das autoridades é de ter um local onde o menor possa ser recolhido e, ao mesmo tempo, ser tratado dentro das medidas previstas em lei para se recuperar, o que não está ocorrendo, mesmo com as unidades que existem hoje no estado. Se aqui em Sinop houver alguma iniciativa prática para a construção de uma unidade de recuperação do menor que seja dentro dos moldes que propicie pelo menos a recuperação de parte deles’’, afirmou o representante.

Outro lado

Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), informou que o Centro Provisório de Sinop para menores está pronto e vai entrar em funcionamento nos próximos meses. A pasta também afirmou que 24 servidores concursados foram nomeados e vão tomar posse nos próximos 30 dias.

A assessoria  informou ainda que faz parte do plano de governo a construção de uma unidade definitiva. O município doou o terreno e a secretaria informou que vai ficar responsável com o projeto arquitetônico e de edificação. Porém, não há previsão para o início das obras.

Autor: http://g1.globo.com/mato-grosso



Data: 10/06/2013

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