Categoria mantém 30% do funcionários exigidos por lei; mas suspendeu aulas, visitas e até audiências dos internos durante a greve
Os servidores do sistema socioeducativo de Mato Grosso entraram em greve hoje (23) por tempo indeterminado. Diferente das paralisações anteriores, quando a principal reivindicação envolvia aumentos salariais, desta vez a categoria cobra melhores condições de trabalho e o cumprimento de promessas feitas pelo Governo do Estado.
A greve atinge as unidades do socioeducativo em Cuiabá, Barra do Garças, Cáceres, Sinop e Rondonópolis. Os servidores exigem a realização de concurso público, a contratação de agentes temporários em regime de urgência e também a construção de unidades adequadas para sediar o serviço.
A paralisação é coordenada pelo Sindicato dos Profissionais do Sistema Socioeducativo, que até o momento não tem previsão de negociações com o Governo. Segundo o agente Robson Machado da Silva, que representa o sindicato em Rondonópolis, a categoria cumprirá a lei de greve mantendo 30% do efetivo em atividade.
Os servidores que ficarão trabalhando neste período cuidarão apenas da segurança interna. Enquanto durar a greve, não haverá aulas, educação física, atendimento psicossocial, visitas de familiares e nem a participação de menores em audiência convocadas pelo judiciário.
"Essa greve poderia ser evitada se houvesse disposição política dos governantes para cumprir a lei e os acordos firmados anteriormente." Disse Robson.
"Vamos torcer para que neste momento de eleições consigamos uma negociação mais rápida e, principalmente, que algum candidato se disponha a discutir o assunto com a seriedade devida", ressaltou.
Rondonópolis
Em Rondonópolis os menores infratores são abrigados na antiga sede da cadeia municipal. O local tem capacidade para 28 internos e abriga atualmente 22 menores.
O espaço chegou a ser interditado pela Justiça devido à insalubridade e, desde o ano passado, passa por uma reforma emergencial. A obra é realizada por presos da Mata Grande e conforme o sindicato não resolverá o problema.
"A solução é a construção do Núcleo de Atendimento Integrado (NAI). O município já cedeu uma área próxima a Vila Mineira e o Ministério Público chegou a conseguir o bloqueio de R$ 6 milhões do Governo do Estado para a construção. Porém, a má vontade do Governo ainda impede que a obra seja realizada", reclama Robson.
Outro problema no município é o número de agentes, considerado insuficiente. "Hoje a unidade de Rondonópolis conta com 27profissionais. Cada plantão tem entre cinco a seis agentes socioeducativos, mas o ideal seria pelo menos 10 por plantão".
Sindpss
Data: 23/09/2014