Socioeducativo onde ocorreu rebelião devia ter sido reformado há 2 anos

O Centro Socioeducativo de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, no qual menores de idade infratores fizeram rebelião no domingo (18), deveria ter sido reformado há dois anos. A obra deveria ter sido entregue em novembro de 2013, ao custo de R$ 148,7 mil, mas nem chegou a ser iniciada. A ideia era que o prédio fosse reestruturado até que um novo pudesse ser erguido.

Durante a rebelião, que terminou após aproximadamente seis horas, os adolescentes destruíram parte da estrutura do Centro Socioeducativo. Os 21 menores, entretanto, não deverão ser transferidos por enquanto, disse a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Sobre a reforma não realizada, a Sejudh disse que ainda não tem posicionamento sobre o assunto.

A reforma foi uma solicitação do Ministério Público do Estado (MPE), que acompanha a situação precária da estrutura. Em maio de 2013, a Justiça havia determinado a interdição parcial da estrutura porque foi considerada inadequada para abrigar os adolescentes. A medida judicial foi determinada porque seis anos antes o governo do estado deveria ter construído novo espaço socioeducativo.

A estrutura atual do prédio é criticada pelo sindicato que representa a categoria dos agentes socioeducativos (Sindipss). "Esse prédio em Rondonópolis é adaptado, era uma delegacia. Esse tipo de estrutura facilita a ação dos menores", declarou Paulo César de Souza.

O estado tem centros socioeducativos em Cuiabá, Barra do Garças, Lucas do Rio Verde, Cáceres, Várzea Grande e Sinop.

O motim dos adolescentes começou no horário de visitas desse domingo (18), por volta das 13h30. Os menores pediram a saída do diretor da unidade, Uelton Figueiredo, e fizeram reféns dois agentes socioeducativos e a mãe de um dos internos. A rebelião terminou por volta das 19h30 e os reféns foram libertados.