Agente Socioeducativo de Cuiabá sofre atentado contra a vida

Quarta-feira 06/01/2016, por volta das 10 hs. no ponto de ônibus da Avenida Tenente Coronel Duarte, um individuo que tinha uma sacola plástica em um dos tornozelos cobrindo aparentemente uma tornozeleira eletrônica, deu a volta e se aproximou do gabinete de abastecimento de cartões de transporte, em minha retaguarda, quando me virei, o individuo subitamente me atacou, abaixou e arremessou um bloco em direção a minha cabeça, esquivei para minha esquerda percebi as pessoas saírem correndo e gritando, nesse momento foi arremessado um segundo bloco que bloqueei com a mão esquerda fraturando-a. Mesmo ferido o imobilizei com uma chave de pescoço, ainda assim era agressivo, tive contê-lo neutralizando suas ações para preservar a minha integridade física, a dele e dos demais ali. Tenho certeza que se estivesse com meus familiares eles certamente poderia ter se tornado vitima, pois, estariam vulneráveis. Imagina se o individuo estivesse com uma arma de fogo olha o risco que corri, não poderia ter feito nada, sou agente socioeducativo e não tenho direito ao porte de arma, é como se andássemos na rua com um alvo na testa e/ou nas costas, isso mesmo somos alvos ambulantes.
O executivo não nos respeita e nem nos reconhece como força de segurança e como se não bastasse, não cumprem lei, temos a 12.594/12 que preconiza treinamento adequado aos seus servidores, nem isso temos. Ficou claro que sofri um atentado contra minha vida simplesmente pelo fato de ser um agente de segurança publica, estava gozando do meu direito de ir e vir. De acordo com o B.O, o meliante já tinha diversas passagens pela polícia e recentemente acabará de sair da penitenciária central e aparentemente portava tornozeleira eletrônica.
O que mais me deixa indignado, é o fato de todos saberem que se esse marginal estivesse com uma arma de fogo eu estaria morto, fica a pergunta, nós cidadãos de bem, trabalhadores que pagamos nossos impostos, ficar a mercê desses bandidos sem poder nos proteger? E se eu estivesse com meus filhos e esposa, ou se esse elemento estivesse com mais comparsas. Não é a primeira vez que temos casos de agentes sendo atacados ou mortos. Hoje temo pela vida dos meus familiares e pela minha. Sou impedido de ter uma vida social como qualquer pessoa, não posso ir a uma praça, nem mesmo ao mercado ou andar pelas ruas já que fui atacado em pleno dia em horário de pico. Só estou vivo hoje graças ao meu treinamento e que fique claro não foi o estado que me deu. É lamentável que a constituição federal não seja cumprida, olha o que diz o Art. 5º ''Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aos brasileiros a aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança... ''
Tive meus direitos violados, já esta na hora dos governantes reconhecerem os agentes do sistema socioeducativo do Brasil, como parte membros da segurança publica, e que nos seja dado o direito ao porte de arma, para que possamos nos proteger desses e de outros tipos de ataque contra nossas vidas e de nossos familiares, que nossos direitos sejam respeitados e que sejamos reconhecidos. Nós do sistema socioeducativo, merecemos respeito e reconhecimento, trabalhamos em lugares onde ninguém gostaria de passar nem uma noite se quer, não recebemos treinamento e nem equipamento de proteção, nem mesmo equipamentos ou dispositivos de tecnologias não letais, já que, a nós é negado o direito de portar arma de fogo, mais uma vez quero ressaltar que se este elemento tivesse com arma de fogo eu estaria morto, viraria estatística para o governo. Isso não pode continuar assim, temos que ter uma lei que nos ampare e urgente.
DIRCEU DOS SANTOS
Agente Socioeducativo
Secretario de Formação Sindical SINDPSS
SINDPSS/MT
Data: 06/01/2016